Pouco tempo atrás, publicamos em nosso blog um artigo sobre o metaverso. Agora, apresentamos a você uma das facetas desse universo virtual imersivo, o metahumano. Imprescindível para ter uma presença realmente imersiva no metaverso, é necessário ter um corpo, um personagem para suas aventuras e afazeres. Quer entender como isso funciona? Continue lendo.
Se ainda não sabe sobre o metaverso, recomendo que leia sobre em nosso artigo que resume bem o assunto:
https://www.norion.ind.br/metaverso
Metahumano ou avatar?
Você pode estar se questionando nesse momento qual a diferença entre um avatar e um metahumano. Na verdade, ambos servem ao mesmo propósito: de serem um corpo/personagem digital. O que pode mudar são suas aplicações e o contexto. Os avatares são menos realistas, se aparentam mais a bonecos de jogos com formas humanas.
Empresas como a Magazine Luiza, utilizam avatares como forma de humanizar a marca e se aproximar de seu público. A Lu (Magazine Luiza), por exemplo, fez enorme sucesso e inspirou muitos outros avatares de outras empresas. Isso pode se estender para pessoas físicas, como uma extensão digital de sua pessoa. Mas no caso de avatares, não necessariamente eles estão inseridos no contexto do metaverso, em formato 3D. E como é de praxe, eles também podem ser vistos nos jogos das mais variadas formas.
Ao se tratar de metahumanos, eles são basicamente avatares super-realistas que estão sendo pensados, moldados e aperfeiçoados neste minuto. A Meta (Facebook) recentemente lançou uma plataforma chamada MyoSuite, que permite a criação de modelos musculoesqueléticos mais realistas. A partir da ferramenta, é possível treinar os metahumanos a desenvolver movimentos complexos muito fiéis aos movimentos humanos de verdade. Isso graças à aplicação de inteligência artificial (IA).
Leia sobre IA clicando aqui.
Para facilitar e tornar mais prático ainda a criação de metahumanos, de forma que qualquer pessoa possa se aventurar na prática, um novo aplicativo foi criado, o MetaHuman Creator. Geralmente, um metahumano criado do zero poderia levar semanas ou até meses, mas com o app é possível criar um humano digital super-realista em menos de uma hora. O software se utiliza de exemplos reais arquivados em sua biblioteca virtual e permite que você escolha um ponto de partida, criando a partir de um número de faces predefinidas.
Veja abaixo um vídeo mostrando exemplos de Metahumanos criados da Unreal Engine, empresa responsável pelo lançamento do aplicativo. O aplicativo ainda não está em pleno funcionamento, por enquanto foi lançada uma amostra teste.
Benefícios
Podemos usar a nosso favor a proximidade que os metahumanos têm com o humano de verdade de muitas formas. Do ponto de vista da medicina, é um grande avanço, pois é possível fazer simulações de um resultado cirúrgico, podendo acelerar no desenvolvimento de próteses, tratamentos, reabilitações físicas e técnicas cirúrgicas. Imagine só se, daqui alguns anos, estudantes de medicina e médicos atuantes puderem se capacitar de uma forma totalmente segura, sem envolver pessoas reais para aperfeiçoar suas habilidades e confirmar hipóteses!
Outra tendência que se observa a partir do exemplo que vemos na China é o uso de metahumanos como influenciadores digitais, tanto por pessoas físicas, quanto pelas marcas. Influenciadores digitais já estão apostando no uso dos metahumanos como uma alternativa/bônus para suas aparições e esforços comerciais.
Por outro lado, marcas estão começando a unir as evoluções em renderização e ultrarrealismo com inteligência artificial para criar funcionários. A primeira metahumana da China, Ayayi, obteve três milhões de visualizações em sua primeira postagem e 40.000 seguidores da noite para o dia, de acordo com a Dao Insights.
Veja Ayayi abaixo:
E tem mais, as empresas não fazem uso dessa tecnologia apenas com funcionários para fins publicitários, como também para realmente atuarem dentro da empresa, até mesmo em cargos administrativos. É o caso da gigante imobiliária chinesa, Vanke, que em dezembro de 2021 afirmou que seu funcionário do ano não era um humano. Se tratava da Cui Xiaopan, uma cobradora de dívidas movida a inteligência artificial desenvolvida pela Microsoft Asia. Segundo Yu Liang, presidente do conselho de administração da Vanke, suas habilidades se provaram ser centenas de vezes mais eficientes que a dos humanos. Ele revela que ela obteve 91,44% de sucesso nas cobranças de pagamentos em atraso.
Ainda no âmbito corporativo, os metahumanos poderão representar as pessoas em reuniões e eventos corporativos no metaverso com o desenvolvimento de ambientes virtuais cada vez mais realistas e imersivos. A agência Thrive My Way fez um levantamento em vários países concluindo que os eventos virtuais em 2022 poderão chegar a 40%.
Para além dessas aplicações, a Universidade Tsinghua, de Pequim, apresentou seu primeiro aluno virtual com inteligência artificial, Hua Zhibing, em junho de 2021. Ela estudará no curso de Ciência e Tecnologia da Computação. Diferente de outras inteligências artificiais, para além da capacidade de raciocínio, Hua foi desenvolvida para a interação emocional. Espera-se que ela desenvolva um coeficiente emocional maior e seja capaz de interagir como um ser humano real com o tempo, já que a inteligência artificial tem a capacidade de evoluir e aprender rapidamente.
Vida eterna?
Alguns diriam que é uma linha tênue entre genialidade e loucura... agora te proponho a refletir onde se encaixa o que explicarei a seguir. Uma empresa tcheca chamada Sommium Space está desenvolvendo uma maneira de fazer com que seus usuários possam permanecer no metaverso depois de mortos. A ideia é baixar a maior quantidade possível de dados sobre a pessoa em questão para compor a personalidade do metahumano da forma mais realista possível para que ele possa continuar interagindo com seus entes queridos eternamente.
Dentro do mundo da Sommium Space, os usuários também poderão comprar terrenos digitais, construir ou importar casas, bens e NFTs.
Leia sobre os NFTs aqui.
Veja um tuite da conta da Sommium que mostra um vislumbre de seu mundo virtual clicando aqui.
Isso te lembra algo? Similar ao primeiro episódio da segunda temporada de Black Mirror, onde a personagem Martha tenta manter contato com seu marido morto através de uma rede social, a vida parece estar, de fato, imitando a arte. Ou será que ela previu?
O fato é: a cada dia a tecnologia evolui, expandindo mais e mais o leque de possibilidades de sua aplicação. Como podemos garantir que ela seja usada de modo responsável e ético? Onde é traçada a linha do absurdo?
Comente abaixo sua opinião acerca do assunto.
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