Entenda como os avanços tecnológicos estão transformando o setor de saúde, bem como as orientações de cuidado com os pacientes.
É a manifestação da quarta revolução industrial na área. Dentre as muitas mudanças já comentadas aqui, ela resulta na melhoria da gestão das instituições de saúde e dos dados e promove a automatização de alguns processos. A aplicação de softwares personalizados permitem que a parte processual e burocrática do cotidiano de um profissional da área possa ser automatizada, permitindo um foco maior no paciente. Porém, isso significa que o profissional deverá se familiarizar com o sistema e passar pelo processo de adaptação da velha forma de registrar pacientes, bater ponto e atividades desse escopo, para o formato digital. No fim das contas, o mundo inteiro está passando por adaptações ligadas ao avanço tecnológico, então essa adaptação não é exclusiva do setor de saúde.
Um sistema de dados eficiente pode identificar o melhor tratamento para um paciente com a análise dos dados coletados ao longo do tempo. A organização dos dados pode ser determinada através da expertise dos profissionais da área para simular possíveis caminhos de tratamento. Diagnósticos e descobertas também são dados cruciais que ficam salvos no servidor e facilmente acessíveis.
A tecnologia tem ajudado a democratizar o acesso à saúde. Alguns fatores como avanços na medicina, telemedicina, trabalho humanizado e colaborativo entre os setores público e privado e a transformação digital, estão por trás dessa maior equidade conquistada quando se trata do acesso a esse serviço essencial.
Já era previsto que o avanço da tecnologia resultaria em sua convergência com a medicina e outras áreas. Porém, a pandemia gerou uma demanda expressiva de atendimento com a adição do isolamento social. Diante disso, os modelos de cuidado precisaram passar por reajustes, trazendo à tona sistemas mais flexíveis, integrados e responsivos às necessidades da população. O atendimento passa a ser mais centrado no paciente e em como melhorar a sua experiência.
Segundo a Política Nacional de Promoção da Saúde, seu compromisso é:
“Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais.” Isso vai de encontro com a direção que o setor está tomando.
Esse é um importante âmbito da saúde 4.0. Sabe o ditado “é melhor prevenir do que remediar”? Ele é uma máxima quando se trata de saúde. A medicina preventiva surgiu no século XX, mudando o foco da prática médica. Os exames de rotina e check ups anuais fazem parte do procedimento indicado dessa abordagem. O oncologista clínico e mestre em genética, Francisco Pereira Borges Filho explica que no caso de tumores, por exemplo: “O diagnóstico precoce não apenas aumenta as chances de cura da doença, como também pode determinar um tratamento menos agressivo. Além de diminuir também as chances de recidiva.”
A prevenção possibilita aumentar a longevidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas, através da adoção de hábitos saudáveis, como o auto cuidado. A auto observação com o próprio corpo e suas reações a diferentes estímulos e alimentos também é uma aliada. Cada corpo reage de forma diferente e é preciso estar atento a isso.
A digitalização e os dados compartilháveis permitem que diferentes nichos e departamentos possam atuar em conjunto, como uma força tarefa que integra o conhecimento das diferentes áreas de especialização que geram tomadas de decisões mais esclarecidas e melhores. Acessos compartilhados e práticas remotas resultam em mais agilidade e facilidade na comunicação e gestão de equipes. Dessa forma, a assertividade e a integração andam lado a lado.
Telemedicina é um termo que refere-se ao exercício médico mediado por Tecnologias Digitais, de Informação e de Comunicação (TDICs), com fins de prestar assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção de saúde, podendo ser realizada em tempo real online (síncrona) ou offline (assíncrona).
Devido ao suporte remoto, tem a capacidade para entregar serviços da saúde que são considerados recursos limitados para grande parte da população.
A inteligência artificial é tida como grande aliada do setor. Em 2020, pesquisadores chineses desenvolveram um método para auxiliar no diagnóstico precoce de câncer utilizando inteligência artificial. Trata-se de um teste chamado PanSeer, que obteve 95% de sucesso nos casos. Com uma amostra de sangue, o PanSeer consegue identificar o câncer até quatro anos mais cedo, antes mesmo do paciente desenvolver sintomas.
Outro estudo mais recente feito por pesquisadores do Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory (CSAIL) e do Massachusetts General Hospital, obteve um sucesso promissor na detecção de câncer ao
classificar com uma precisão de 31% de todos os pacientes com câncer na categoria de maior risco, em comparação com 18% para os modelos tradicionais. Em um dos casos, eles conseguiram detectar câncer de mama com cinco anos de antecedência.
Quanto mais cedo a doença é identificada, mais possibilidades de tratamento podem ser aplicadas e uma chance muito maior na erradicação da doença, bem como sintomas mais brandos.
Os ganhos para a medicina graças à tecnologia são estrondosos. Para alguns, foi capaz até mesmo de mudar a mentalidade dos profissionais atuantes, transicionando para uma abordagem humanizada.
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